Do mesmo jeito que a própria indústria vinícola, o enoturismo teve  crescimento rápido no Brasil nos últimos 20 anos. Devido o o crescimento e profissionalização das vinícolas, espaços adequados foram criados destinado o receber os visitantes. Esta progressão, entretanto, nunca comprometeu a receptividade dos empreendimentos. Como a maioria das vezes as vinícolas têm perfil simples, frequentemente o turista é acolhido pelos próprios donos da empresa, ou então pelos enólogos responsáveis pela estruturação dos vinhos. O maior parte dos roteiros enoturísticos encontram-se no Estado do Rio Grande do Sul, no extremo sul do Brasil. Entretanto, polos vitivinícolas mais jovens, como o Planalto Catarinense e o Vale do São Francisco, já organizaram uma boa oferta de atrações aos viajantes.

Embora o vinho tenha motivado deslocamentos para as regiões produtoras há séculos, somente nas últimas duas décadas é que o cultivo da videira e a elaboração de vinhos se consagraram mundialmente como atrativos turísticos. A cada ano, milhões de turistas deslocam-se para as tradicionais regiões vinícolas da Europa e para as regiões denominadas de o “novo mundo” da vitivinicultura: à Austrália, à Nova Zelândia, aos Estados Unidos, à África do Sul e à América Latina (Dodd, 2004).

 A palavra enoturismo é resultado da junção de eno (derivado do grego oînos que significa vinho) e turismo .

Existem duas correntes de pensamento a respeito do conceito de enoturismo. Para alguns estudiosos, o enoturismo refere-se à visitação de vinícolas, festivais do vinho ou mostras de uvas em que a principal motivação dos turistas está relacionada à degustação de vinhos e aos atributos de uma região vitivinícola . Já outros autores consideram que enoturista pode ser tanto alguém que viaja a uma região vinícola para aprender sobre tipos de uvas e vinhos, conhecer o lugar onde seu vinho favorito é produzido ou, ainda, pessoas que somente buscam momentos de lazer e recreação. Neste caso, a motivação do turista não está diretamente relacionada ao consumo de vinho, mas à paisagem das videiras e à atmosfera rural, em geral, presentes nas regiões produtoras vitivinícolas (Preston-Whyte, 2004).

No Brasil, à medida que a vitivinicultura nacional foi evoluindo em qualidade, o enoturismo começou a se propagar e, em várias regiões brasileiras produtoras de vinhos, já se registra fluxo de visitantes. Percebe-se, assim, um incremento no interesse das pessoas em relação ao vinho, sua elaboração, sua história, seu serviço, sua harmonização com a gastronomia e seu papel inserido na história da localidade produtora. Já existem evidências de que o turismo associado ao vinho tem grande potencial para se consolidar, não só como modalidade turística, mas também como alternativa de desenvolvimento econômico e social para as regiões vitivinícolas brasileiras, a exemplo do que ocorre em outras partes do mundo. Concomitantemente, o enoturismo no Brasil, como objeto de estudo científico começa a dar os primeiros passos, formando um corpo teórico a respeito de suas manifestações, suas conseqüências, seu impacto positivo e negativo tanto para a atividade vitivinícola como para as comunidades envolvidas. Ademais, o próprio conceito de enoturismo carece de reflexões mais profundas pelo fato de ser um fenômeno emergente que tem se tornado cada vez mais importante para as regiões vinícolas ao redor do mundo. Existem poucos estudos sistemáticos sobre seu desenvolvimento, sua gestão e planejamento e sobre os turistas que experimentam o produto enoturístico.

Vitivinícola refere-se à vitivinicultura que significa: “cultura das vinhas e preparação dos vinhos”. A palavra vem do latim vite (vinha), vinu (vinho) e cultura (cultura).

O enoturismo, também conhecido como turismo do vinho, tem se destacado dentre as novas modalidades turísticas consolidadas nas últimas décadas. Além de movimentar a economia de muitos países, o turismo e o vinho, isolados ou associados, carregam grande significado simbólico e, nesse sentido, apresentam muitas características comuns. O vinho e o turismo podem representar na sociedade contemporânea a busca pelo prazer, o desejo de evadir-se, de compartilhar .

A diversidade de culturas, de paisagens e de histórias que caracterizam o Brasil deve estampar a imagem dos destinos enoturísticos, vinculando o vinho aos traços próprios de cada uma das regiões. No Vale do São Francisco, o vinho vem ligado à tecnologia, à vitória do homem diante dos desafios impostos pela seca e por uma história de dificuldades. As carrancas, a imensidão do Rio São Francisco, o calor e o brilho do sol criam o pano de fundo para o vinho atrair visitantes à região. No outro extremo do país, o vinho vincula-se ao frio, ao sotaque italianado, à tradição, ao aconchego dos hotéis e pousadas. País nenhum no mundo pode oferecer aos seus visitantes dois destinos enoturísticos tão diversos entre si. Essa característica única poderá ser um forte potencial turístico do Brasil. Quem sabe em um futuro próximo o Brasil passe a ser reconhecido não só pela sua riqueza natural, sua cultura heterogênea, mas também pela qualidade de seus vinhos e diversidade de suas regiões produtoras.

 

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