O vinho varietal é aquele produzido com um único tipo de uva, ou que pelo menos tenha grande predominância da mesma uva em sua composição. Se você está no supermercado, por exemplo, e vê um vinho em que no rótulo está escrito Merlot, é um varietal, ou Cabernet Sauvignon, ou Sauvignon Blanc. O importante é ter o nome de uma única uva.
Esse tipo de vinho surgiu na década de 1960, como estratégia de marketing dos norte-americanos. Eles queriam ser competitivos em um mercado dominado pelos europeus, que nomeavam seus vinhos a partir da região em que eram produzidos – na época, o conceito vendido era o de terroir, por isso os vinhos eram de Bordeaux, Rioja, Douro etc.
Os americanos passaram a produzir Cabernet Sauvignon, Chardonnay, Pinot Noir e outros vinhos varietais que começaram a fazer sucesso no mercado. Por conta disso, os varietais são mais encontrados no Novo Mundo, enquanto no Velho Mundo ainda se produz mais vinhos de corte.
Para ser considerado varietal, o vinho não precisa ter 100% da uva que está estampada no rótulo. A legislação muda a cada país, mas é possível ter um pequeno percentual de outras uvas, para que o enólogo tenha liberdade para produzir um vinho de melhor qualidade.
No Brasil, Chile e Nova Zelândia, por exemplo, para ser varietal é preciso ter 75% de uma única uva.
Na Austrália e na África do Sul, 85%; em algumas regiões dos Estados Unidos, o percentual sobe para 90%. Assim, é legítimo dizer que para ser varietal o vinho deve conter entre 75% e 90% da uva que está no seu rótulo.
Mas para que essa “mistura” é necessária? Muitas vezes para “consertar o vinho”. Se você olhar um rótulo de vinho varietal norte-americano, por exemplo, além da uva principal há mais três ou quatro pequenas quantidades de outras uvas. Para eles, o mais importante é garantir o padrão de qualidade, mantendo o mesmo sabor do vinho em todas as safras.
Um exemplo de varietal é o Chianti, que pela legislação italiana deve conter 90% de Sangiovese em sua composição. Os outros 10% geralmente são de Malvasia e Canaiolo, em proporções que variam de produtor para produtor.
Outra situação é quando o enólogo quer incluir no vinho características específicas. A Cabernet Sauvignon, por exemplo, produz vinhos encorpados, estruturados e com taninos às vezes agressivos. Adicionando uma pequena quantidade de Merlot, o vinho fica mais redondo, com taninos macios e elegantes.
Os vinhos de corte, ou assemblage, como falam os franceses, misturam diferentes tipos de uvas para tirar o melhor de cada uva, buscando assim um vinho, mais equilibrado, mais complexo e mais completo. Um bom exemplo de vinhos de corte são os vinhos de Bordeaux na França, que normalmente nos tintos são uma mistura três uvas, Cabernet Sauvignon, Merlot e Cabernet Franc (há ainda outras possíveis, como Petit Verdot, Malbec e Carménère).
Mas qual o melhor, varietal ou corte? Este não é um fator de qualidade em um vinhos. Este é um tema bastante discutível, mas em uma lista dos maiores vinhos do mundo, possivelmente o que predomina são os cortes.
Da próxima vez que for experimentar um varietal, dê uma olhadinha no rótulo: você pode ter ali uma dica das características do vinho, de acordo com as variedades que foram misturadas à uva principal.
Mantenha sua Adega Climatizada, abastecida dos vinhos que melhor agradam seu paladar.