A mudança do clima está afetando muitas coisas: o temor estimulou os vinicultores a adotar práticas ecológicas nos vinhedos e a experimentar novas variedades de uvas. O aumento das temperaturas também está reajustando drasticamente a geografia do vinho. Por exemplo, o aquecimento constante de Hokkaido, a ilha mais setentrional do Japão, poderia transformar a área em uma nova fonte do melhor pin noir.
A maior parte do mundo do vinho ficou feliz por se despedir de 2017, um ano com geadas, chuvas de pedra, secas e incêndios que destruíram vinhedos em regiões da Califórnia e do Chile até a Europa. O futuro em 2018 traz não apenas alívio, mas também anima, porque é um ano muito promissor. Haverá novos experimentos e explorações, e tendências que desfrutamos no ano passado continuarão.
Por exemplo, o vinho rosé continua tendo muito sucesso. Com uma alta de 57 por cento nas vendas dos EUA em dólares, nossa obsessão por beber vinho rosé continua e até alimenta o interesse pela sidra rosé e pelo gin rosé.
E graças a bebedores jovens e aventureiros sedentos de originalidade e acessibilidade, o entusiasmo por uvas nativas pouco conhecidas, especialmente da Itália, continua aumentando rapidamente.
A popularidade do vinho em garrafas Magnum (equivalentes a duas garrafas) e outros formatos grandes parece seguir o mercado acionário; quando as ações sobem, também sobre a demanda por garrafas grandes. No Reino Unido, a varejista de vinho Majestic informou uma alta de 378 por cento nas vendas de supergarrafas no ano passado nas mais de 200 lojas da empresa.
As salas de degustação lotadas das vinícolas já estão quase fora de moda. A nova forma de degustar vinhos está relaciona a experiências e momentos especiais.
A vivência de luxo’ para degustação de vinho.
Digamos, enquanto você está hospedado em um château em Bordeaux, ou logo após colher uvas na Borgonha, ou depois de pescar com lanças na Nova Zelândia. Eu estou animada para visitar o recém-inaugurado Cube, um cubo gigante de vidro em um vinhedo australiano, anunciado como museu de realidades alternativas.
Quando a família Rotschild, do Château Mouton-Rotschild e do Château Clerc Milon, investe em robôs personalizados programados para retirar as ervas daninhas dos vinhedos, você sabe que essa ideia será um momento de inflexão.
Em junho, a empresa se juntou à Naio Technologies em um experimento no Clerc Milon com Ted, um robô tão fofo quanto o R2D2. Philippe Dhalluin, diretor administrativo dos châteaux, está convencido de que os robôs fazem parte de um futuro “verde” (o vizinho Château Latour, de vinhos Premier Cru, ainda usa cavalos antiquados nos vinhedos).