Para a jornalista e sommelier Tânia Nogueira existe em todo o mundo uma crescente busca por conhecer e experimentar vinhos, o Brasil não fica de fora, consumimos 2 litros da bebida por ano, porém nossa população é imensa em proporção ao número de consumidores de vinho.
“Acredito sim que o mercado de adegas climatizadas deva crescer e claro o interesse por vinho em nosso país”
Turistas em passeio de bicicleta por lago de vinhedo em Borgonha
Depois de encarar um curso de sommelier na ABS – 2 anos para escrever sobre o tema de forma aprofundada em seu blog o www.pontocruodominiodovinho.com, a jornalista e sommelier Tânia Nogueira declara que existe ainda muito mercado a explorar e outras classes sociais começam a se interessar pelo segmento.
“Sempre digo para quem vai comprar um vinho que a melhor coisa é mesmo perguntar ao vendedor. É claro que atualmente a internet é uma grande fonte de informação, mas hoje muitas redes de supermercados possuem um vendedor especializado, aliás eu mesma estudei com pessoas na ABS com muitas profissionais que se tornarem sommeliers para o varejo”
A jornalista prevê inclusive os brasileiros passem a comprar mais adegas climatizadas para as chamadas “varandas gourmet e este processo de compra seja até mais veloz do que o de consumo acelerado de vinhos.
Estilo de varanda gourmet que está virando moda para degustar vinhos
Ela explica que o brasileiro ainda é um consumidor novo de vinhos, procura pelos melhores rótulos, seguindo a ideia dos americanos. Sim, foram os americanos que resolveram colocar o nome das uvas nos rótulos, facilitando e muito a identificação dos tipos desta bebida.
“É claro que os americanos foram muito práticos, eu não acho ruim isso não, acho bom que os rótulos nos ajudem neste processo de escolha. Aliás não é nada fácil ler rótulos mesmo com curso e tudo eu sofri para ‘decifrar’ alguns deles em minha última viagem à França”
Tânia diz que não possui um levantamento exato, mas costuma ver um público de consumidores de adegas de classe média, que opta por um modelo para mais ou menos 12 garrafas. Mas ela aposta no mercado e no consumidor nacional, observa que estamos viajando mais, porém ainda consumimos os vinhos argentino e chileno.
Doces, Natal e minha adega
No dia-a-dia ou melhor, sempre com um amigo e uma companhia, a jornalista e sommelier afirma:
“Não gosto e nem se deve beber um vinho sozinho, beba sempre acompanhado, mas quando estou em minha casa em Ubatuba até que arrisco uma taça sozinha. Beber é um ritual, na verdade”.
Tânia comenta que os brasileiros gostam mais, por causa do clima tropical do nosso país, dos espumantes nesta época de festas, e o melhor é que este tipo de vinho mesmo, que é um verdadeiro curinga da harmonização, segundo ela. Mas também vale tomar aquela tacinha pequena de tinto na ceia, para constar, conta brincando sobre o calor dos últimos dias do ano no Brasil.
“Pensei em escolher na minha adega um champanhe desta de pequenos produtores, que fazem tudo de forma artesanal, para este fim de ano, ou degustarei um bom vinho ao lado de meus amigos. Acabei comprando esta bebida na minha viagem do ano passado em Paris, acho que está na hora de experimentar, não?!”
Um Ferrari, italiano, que é maravilhoso, também é uma ótima pedida para esta época do ano, e também está na adega da nossa sommelier, e para quem busca bons vinhos em torno de R$ 35,00, ela indica o Casa Valduga e o Vinícola Aurora.
Projetos:
Dizendo-se uma acumuladora de vinhos em suas duas adegas (risos), Tânia pretende até fazer um bazar deles para “organizar a casa para 2016”. Dentre seus projetos, ela pretende editar um guia de compras, com dicas de como ler os rótulos, bem prático e pocket para quem viaja e quer levar seu guia debaixo, enquanto percorre essa ou aquela vinícola.
Tânia é a primeira jornalista do mundo a degustar a safra 2014 do seu Château Valandraud, evento ocorreu em dezembro de 2014, antes mesmo que as equipes de Robert Parker ou da Wine Spectator.
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